Serpentes Brasileiras

Como as cobras bebem água doce no mar?

Como as serpentes marinhas se hidratam se estão cercadas por água salgada por todo lado, já que vivem praticamente todo o tempo no mar? Onde elas conseguem água doce?

Antigamente se acreditava que as serpentes marinhas bebiam água salgada e excretavam o excesso de sais utilizando suas glândulas de sal sublinguais, mas uma pesquisa recente derrubou essa teoria.

Um estudo recente demonstrou que várias espécies de serpentes marinhas não bebem água salgada pura —inclusive quando estão desidratadas. Apesar das serpentes marinhas terem de glândulas que secretam sal, elas são proporcionalmente pequenas e eliminam o sal lentamente, impedindo q as serpentes aproveitem toda a quantidade de água salgada necessária.

 

NOVOS ESTUDOS

Um novo estudo, publicado no periódico PLOS ONE, mostra que serpentes estão encontrando agua doce no mar. Estudando as serpentes que ficaram no mar num período de 6 meses sem chuvas, eles perceberam que 80% das serpentes chegaram desidratadas, ou seja, não se utilizaram da água do mar. Comparando com outro período onde choveu, o percentual de serpentes desidratadas caiu para 10%. 

A explicação dada: Quando vem a chuva, a parte superior da superfície da água é diluída, criando uma “película” temporária de água doce que não se mistura imediatamente com a água salgada. Se a salinidade é baixa o suficiente, as serpentes marinhas são capazes de beber a água dessa camada de superfície e reidratam-se após meses sem água. 

Além disso, essa dependência da água doce influi na distribuição das populações de serpentes marinhas sendo normalmente muito desiguais e próximas a grandes fontes de água doce, como estuários. O próximo passo do trabalho é registrar diretamente as serpentes bebendo água doce das películas no mar, algo difícil de se conseguir.

 

MAS AINDA RESTAM PERGUNTAS…

Ficam algumas perguntas: “Se serpentes marinhas dependem tanto de água doce então elas será q elas se aglomeram em películas de água doce após as chuvas? E elas seguem a chuva? E, em caso afirmativo, como isso é possível?

 

Leia o estudo original em https://doi.org/10.1371/journal.pone.0212099